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Smart Contracts - Imóveis - Tecnologia

Imóveis e Tecnologias

Embora alguns setores da atividade humana pensem que as novas tecnologias não afetarão suas atividades, a realidade mostra-se cruel e avassaladora. Desse modo, no ramo imobiliário, os processos estão passando por transformações extremas Surpreendentemente, muitos profissionais e empresas tratam o tema até com desdém. O tema que trataremos neste texto é o que os profissionais de tecnologia e inovação nomeiam como smart contracts, ou contratos inteligentes.

Smart Contracts

Existe, no Brasil especialmente, uma certa tendência em assumir estrangeirismo que poderiam, facilmente, ter uma tradução. Os personagens dos ambientes tecnológicos, certamente, influenciam este novo linguajar, em função da faixa etária. Assim sendo, termos e ideias antigas parecem ganhar um ar de novidade. Entretanto, não passam de processos antigos que utilizam novas tecnologias. Estas novas tecnologias, sem dúvida, trazem agilidade e aumentam a segurança nos processos. Por outro lado, se as pessoas e os profissionais envolvidos no processo não dominam o núcleo dos procedimentos, a coisa pode não funcionar.

Em primeiro lugar, uma explicação inicial sobre smart contracts (contrato inteligente).

Um contrato inteligente é um programa de computador ou processo transacional controlado que se destina a executar, controlar ou documentar automaticamente eventos e ações de acordo com os termos de um contrato ou acordo. Os objetivos dos contratos inteligentes são a redução da necessidade de intermediários confiáveis, custos de arbitragem e perdas por fraude, bem como a redução de exceções maliciosas e acidentais. Os contratos inteligentes podem ser associados a criptomoedas. Contratos inteligentes que atuam com a criptomoeda Ethereum são geralmente considerados um alicerce fundamental para processos de finanças descentralizadas (DeFi) e aplicações NFT com tokenização.(*)

Fonte: Wikipedia (Inglês)

Assim sendo, podemos avançar numa proposta de como smart contracts já estão mudando o mundo imobiliário. Muito além do ramo imobiliário, os contratos inteligentes já estão em uso em várias organizações. A fase do contrato em papel teve substituição radical pelo processo integralmente digital.

Uma grande organização industrial levava, em média, 120 dias desde que decidiu contratar um fornecedor até o início do fornecimento. Atualmente, esta organização, com o uso de tecnologias de criptografia e contratos inteligentes, precisa somente de três dias. Este caso real de uma indústria chegou no ramo imobiliário.

Contratos Imobiliários

Até pouco tempo atrás, e ainda é comum em muitos empreendimentos, um lançamento imobiliário ter um contrato de “promessa de compra e venda” padrão. Em outras palavras, um papel, assinado pelas partes (vendedor e comprador) igual para todos e com cópia e tramitações excessivas. Com a evolução de tecnologias de criptografia assimétrica, atualmente é possível que para um mesmo empreendimento exista um contrato para cada comprador.

A adoção de tecnologias modernas, inclusive com inteligência artificial (IA), permite a criação de um contrato específico para cada cliente. Do mesmo modo, é possível abandonar todos os contratos e formulários entre clientes, compradores, locatários, locadores, etc. E, aqueles que pensam que se tornará mais burocrático o processo não fazem a menor ideia de que é exatamente o contrário.

Mudanças Digitais

Entretanto, o que existe é a necessidade imperiosa de um planejamento e preparação para que cada processo e contrato faça a mudança para o mundo digital. Em suma, de nada adianta qualquer organização contratar um software ou pedir aquele sobrinho especialista em computadores para dar uma solução. A solução passa por conhecer o processo nos mínimos detalhes e saber escolher quais as tecnologias a se utilizar.

É muito comum recebermos consultas do tipo:

Estamos pensando em usar IA, qual devemos usar?

Este tipo de pergunta está se tornando comum e vai colocar, certamente, muitas pessoas e organizações em apuros. Os relatos sobre perguntas idênticas e respostas diferentes, dependendo da plataforma da IA, é uma constante. Como se não bastasse, temos comprovação de que nenhuma resposta pode ser correta.

Neste contexto, cabe-nos incentivar a adoção de smart contracts, desde o início até o final. Com toda a certeza, muitos clientes, vendedores e compradores devem ter alguma orientação sobre todo o processo. É possível, atualmente, a eliminação de intermediários como cartórios, corretores, empresas de intermediação em todos os processos. Contudo, a relevância do conhecimento destes intermediários é fundamental para elevar a confiança em toda a transação.

Enfim, não basta o contrato ser inteligente, usar muita tecnologia se os intervenientes não têm a orientação com correção e qualidade. A participação proativa dos profissionais do ramo imobiliário, com os devidos registros, é uma necessidade no futuro. As tecnologias como smart contracts e outras como a tokenização estão avançando e até empreendimentos inteiros as utilizam.

(*) Alguns termos nesta definição não terão uma explicação aqui, contudo, são importantes para consolidação dos conceitos.

Autor

Evandro Oliveira

Consultor em TI

MSc Segurança da Informação e Administração Pública

Post Author: Evandro Oliveira

Mestre em Administração Pública e Segurança TI pela Escola de Governo da Fundação João Pinheiro.
Graduação em Administração de Empresas.
Consultor e Auditor em Ambientes de Tecnologia da Informação.
Professor (EaD e presencial) de disciplinas de TI e Administração/Gestão.
MSc em Segurança da Informação de Redes Públicas, com especializações em Certificação Digital, Forense Computacional, Software Livre, ITIL, COBIT, COSO, BSC, ISO/IEC, LGPD, Hierarquia ICP-Brasil, Criptografia, Algoritmos, Blockchain, Criptomoedas.