São tantos os motivos para a esse problema educacional que começa em casa com a falta de autoridade dos pais sobre os filhos e a transferência de responsabilidade da educação informal para a escola e a falta de recursos desta.
Falta de investimentos generalizados
Muitos alunos numa única sala, sem estrutura, passando poucas horas e professores mal remunerados. A solução seria um investimento maciço em escolas preparadas com laboratórios, computadores, bibliotecas e aumento salarial para os professores, mas com um programa de educação continuada a eles.
Mais acesso à escola e mais participação das famílias
A realidade das escolas particulares é melhor. No entanto, quando o assunto é parceria entre família e escola, o desafio é o mesmo para todos os tipos de escolas. Estudos comprovam que o nível de envolvimento das famílias nos estudos tem total impacto no comportamento dos alunos em sala de aula. Veja aqui como medir esse nível de engajamento.
Carga horária x vagas
O brasileiro passa pouco tempo nos bancos escolares durante sua vida como aluno. Ao contrário da maioria dos países desenvolvidos, onde o aluno fica tempo integral. É preciso que a carga mínima de 800 horas anuais seja cumprida, distribuída em 200 dias letivos. Isso asseguraria tempo para trabalhos escolares e plano de desenvolvimento.
Fortalecimento da escola pública
Inclusão de alunos com deficiência, tratamento à diversidade em todas as suas esferas e organização da grade curricular. O fortalecimento da escola pública nestes (e outros) aspectos passa por uma gestão participativa e democrática. Neste modelo, os pais participam da vida escolar dos filhos com voz ativa. Num modelo baseado na parceria escola-comunidade e o gestor passa a ouvir opiniões e sugestões.
Modelo distorcido de formação de docentes
França e Alemanha têm instituições dedicadas exclusivamente à formação de professores. No Brasil, o professor aprende o conteúdo que precisa ensinar (como Português, Geografia e História), mas não aprende especificamente didática e pedagogia.
Outro agravante é que o professor aprende dar aula e trabalhar com um modelo específico de aluno, considerado o ideal, longe da realidade heterogênea e diversificada tanto cultura, quanto social e econômica que estamos inseridos.
Criação de institutos dedicados à formação de professores, programas de educação continuada e certificada, com avaliação constante deste aprendizado e um novo currículo dos docentes estão entre os caminhos para reverter este modelo distorcido atualmente empregado. Diferente das necessidades da década passada, a educação de hoje enfrenta outros desafios. Existem hoje vários tipos de carreiras que sequer eram conhecidas.
Gilberto Britto
CEO do Grupo Britto