No mercado imobiliário de luxo há muito mais do que casas com piscinas privadas em bairros nobres, apartamentos no centro da cidade ou casas de praia. Há também castelos, antigos palacetes e há, segundo noticia o “Financial Times”, cada vez mais, ilhas inteiras, a maior parte delas selvagens, sem qualquer tipo de construção, e onde não vive ninguém.
“As pessoas que nos contactam não querem uma península. Não querem ter vizinhos”, diz Chris Krolow em declarações ao jornal britânico. Ele é o CEO de uma empresa chamada Private Islands que, atualmente, conta com mais de 800 ilhas para vender e arrendar, segundo a consulta que o Expresso fez no site da empresa. E há ilhas totalmente selvagens e desertas, há umas com algumas construções e outras com empreendimentos turísticos recentes e modernos e que estão situadas em todo o mundo, seja nas Caraíbas, na Tailândia, África ou mesmo nos EUA.
“Para os muito ricos, isto [viver ou passar férias numa ilha] vai tornar-se uma das muitas opções que têm e vai ser atrativo porque é um retiro total”, diz ao “Financial Times” a responsável do departamento de estudos mundiais da consultora Savills, Yolande Barnes.
De facto, ser-se “super-rico” ajuda, já que os preços destas ilhas são sempre superiores a um milhão de euros e há mesmo algumas que chegam a custar mais de €50 milhões. Mas também se podem arrendar ou comprar para investir.
O próprio Chris Krolow acabou por o fazer. Comprou uma ilha situada a poucos quilômetros da costa do Belize, no mar das Caraíbas, para desenvolver um projeto imobiliário e turístico que permite a quem lá fica estar como se se tratasse de uma ilha deserta. Aliás, de acordo com um vídeo explicativo no site da empresa, neste empreendimento, há um sistema que dá um discreto sinal de alerta vermelho quando um empregado chega à ilha e dá um sinal verde quando ele se vai embora.
O projeto chama-se Gladden Caye e uma noite custa três mil dólares ou €2500 por noite ao câmbio atual. Mas está reservado até 2020. O que mostra que o interesse pelas ilhas não é só para comprar é também para arrendar. Uma modalidade que atrai mais uma geração de jovens ultrarricos, diz ao “Financial Times”, Farhad Vladi, o responsável por outra empresa de venda e arrendamento de ilhas que conta já com mais de 40 anos. Mas também porque há mais oferta do género de Gladden Caye.
“Hoje temos uma situação em que há muitas ilhas onde já há casas e pequenos resorts construídos e que se podem arrendar. Isto não acontecia há 40 anos”, diz. E a internet deu uma grande ajuda, acrescenta Edward Childs, um mediador nas Ilhas Selvagens Britânicas, porque permitiu que as ilhas estivessem todas online. “Antes tinham de ir lá vê-las”.
Fonte: Sapo.pt