Investimentos imobiliários possuem características tanto de renda fixa como de renda variável. Em primeiro lugar, precisamos ter em mente que investimento é a aplicação de algum tipo de recurso (dinheiro ou títulos) com a expectativa de receber algum retorno futuro superior ao aplicado, compensando, inclusivamente, a perda de uso desse recurso durante o período de aplicação (juros ou lucros). Sendo assim, a compra de um imóvel com o fim de obter rendimentos futuros, seja pela valorização do imóvel, seja pelo recebimento de aluguéis, também é uma forma de “aplicar o dinheiro”.
Superada esta questão, vamos à diferenciação entre uma aplicação financeira tradicional e um investimento em imóveis. Como falamos, as aplicações financeiras podem ser divididas em renda fixa ou renda variável. As aplicações em renda fixa são investimentos cujo rendimento (taxa de juros) é determinado no momento da compra do título, podendo ser pré-fixada, caso em que a rentabilidade é determinada na compra do título, ou pós-fixada, na qual a rentabilidade flutua de acordo com um índice de referência escolhido (exemplo: selic). Por outro lado, nas aplicações de renda variável os rendimentos não são conhecidos, ou não podem ser previamente determinados, pois dependem de eventos futuros, tais como os fatores conjunturais e econômicos. Normalmente, as aplicações em renda variável buscam maiores rendimentos em decorrência do maior risco assumido. Vale lembrar que as aplicações tradicionais podem ser realizadas individualmente, via compra de títulos, ou via aquisição de quotas de fundos de investimento.
No que tange aos investimentos imobiliários, podemos dizer que eles possuem características tanto de renda fixa, como de renda variável. Os imóveis, quando alugados, geram rendimentos, que remuneram o investidor pela disponibilidade do recurso, no caso o imóvel, ademais eles possuem uma regularidade de pagamento e podem ser corrigidos anualmente por um índice, se assemelhando a aplicações de renda fixa. Na outra banda, podemos defender que não há previsibilidade sobre a valorização ou não dos imóveis, dado que seu valor venal flutua no tempo, em razão de variáveis macroeconômicas como: ciclo econômico e taxa de juros e variáveis únicas do imóvel como liquidez e obsolescência, fazendo com que estes investimentos também assumam características de renda variável.
Caso o investidor se identifique com o mercado de imóveis, mas não tenha patrimônio suficiente disponível no momento, uma alternativa para evitar a complexidade e o alto custo de aquisição de um imóvel seria o investimento em quotas de um fundo imobiliário, produto financeiro em que o investidor adquire cotas de um condomínio que investe em ativos imobiliários. Com este produto, o investidor mantém sua exposição em ativos imobiliários, uma vez que o fundo é obrigado a investir em ativos atrelados ao mercado imobiliário, a exemplo: imóveis comerciais, galpões industriais e terrenos. Sendo assim, o investidor pode ser remunerado tanto pelos rendimentos gerados pelos ativos do fundo, como também pela apreciação dos mesmos, com uma liquidez similar a investimentos de renda fixa ou variável, dado a possibilidade de alienar as quotas no mercado secundário. Lembramos que um bom planejamento financeiro envolve a alocação de riscos de acordo com o perfil do investidor (conservador, moderado, agressivo), bem como a diversificação de investimentos.