O Brasil é um dos países que investe em educação em todo mundo e também é o que pior colhe os frutos desse investimento, com resultados ruins em diversos exames internacionais. O que, de certa forma, atesta que o volume de investimentos não tem surtido os efeitos esperados. Por que isso ocorre? Destacamos três motivos principais:
Investimento errado para a educação no Brasil
Embora tenha um investimento, esse dinheiro não é empregado da melhor forma. Um dado que mede a qualidade dos recursos gastos com educação básica no país é o investimento por aluno. Segundo a OCDE, no Brasil, o poder público investe cerca de US$ 3 mil por ano em cada estudante – o que dá, com o câmbio de hoje, um valor próximo a R$ 790 mensais. Ou seja, menos de um salário mínimo. Os demais países que, comparativamente investem menos na educação básica que o Brasil, gastam em média US$ 8,2 mil nos anos iniciais e US$ 9,6 mil nos anos finais – ou seja, quase três vezes mais que o nosso país.
Desvalorização do professor
Outra pesquisa da OCDE aponta para um cenário que o docente brasileiro já conhece muito bem: ele é o profissional que mais trabalha e menos recebe entre os países que fazem parte da organização internacional. Como se não bastasse, a carga horária de trabalho do professor brasileiro é maior. Somente em sala de aula, o docente trabalha cerca de 25 horas semanais, em média. Nos outros países são seis horas a menos.
Alto abandono
Esse é outro fator que contribui para o insucesso do investimento público em educação no Brasil. Dentre os países analisados pelo levantamento da OCDE, o Brasil é o que tem o maior percentual de jovens entre 20 e 24 anos que não estuda e nem trabalha. Uma das justificativas para esse dado alarmante, conforme o Ministério da Educação é que o ensino médio é considerado inútil por grande parte dos estudantes, que não encontram estímulo para seguir com os estudos.
Gilberto Britto
CEO do Grupo Britto