Posicionado entre os 10 países mais desiguais do mundo, o Brasil possui quase 12 milhões de analfabetos e mais da metade dos adultos entre 25 e 64 anos não concluíram o Ensino Médio. São quase dois milhões de crianças e jovens de 4 a 17 anos fora da escola e 6,8 milhões de crianças de 0 a 3 anos sem vaga em creche.
Os dados mostram que há sérios problemas com a alfabetização na idade certa, as crianças e jovens não aprendem o que é esperado, a evasão escolar no ensino médio é grave e não há um projeto estruturado para a formação e a carreira docente. Esse cenário crítico é fruto de décadas de descaso, em um país que nunca colocou a Educação entre as prioridades da agenda política nacional. Esse é o legado que fica para 2019. São vários os problemas da Educação e abrangem a equitativa universalização do acesso, da Educação Infantil ao Ensino Médio, transitando pelo direito à aprendizagem e a garantia de permanência escolar.
Investir na Educação Infantil é também fundamental. Evidências científicas comprovam que as experiências vividas de 0 a 6 anos de idade impactam a arquitetura do cérebro humano e, por consequência, o desenvolvimento cognitivo e socioemocional futuro da criança. Estímulos adequados na primeira infância impulsionam a aprendizagem nas etapas educacionais seguintes e trazem reflexos comprovados na qualidade de vida futura, reduzindo a propensão à violência e os índices de pobreza.
Espera-se que estagnações e retrocessos na Educação Básica não sejam mais tolerados. Comprometem os projetos de vida dos jovens e adiam o desenvolvimento social e econômico do Brasil. É por isso que se espera a priorização do monitoramento constante dos indicadores educacionais e tenha foco no atingimento de resultados na gestão pública educacional.
Tornar o Ensino Médio mais conectado com a realidade do jovem é também uma importante tarefa de casa para o novo governo. Com a aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em dezembro de 2018, é preciso garantir que haja o necessário apoio federal, técnico e financeiro, para que as escolas estaduais estejam estruturadas para a oferta dos diferentes percursos formativos eletivos previstos na nova lei do ensino médio (linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias, ciências humanas e sociais aplicadas, e formação técnica e profissional), com qualidade e de forma equitativa, de modo que não haja ampliação de desigualdades sociais.