Empresas e Tecnologia
O cenário das organizações, de qualquer porte ou atividade empresarial, sofreu, nos últimos 30 anos, mudanças que poucos imaginavam pouco antes da virada do milênio. Desse modo, não é nenhuma surpresa que a maioria destas empresas não estejam preparadas para contratar serviços de tecnologia da informação, especialmente de Cibersegurança, que se adequem às necessidades de cada uma.
Por exemplo, uma empresa que tenha um conselho de administração, com alguns departamentos, pode receber propostas financeiras atraentes para terceirizar seus serviços de informática. Assim sendo, a maioria destas empresas não separa a questão da segurança da informação.
E, nesse ínterim, a maioria perde o controle e o conhecimento dos que passamos a denominar cibersegurança.
Cibersegurança
A cibersegurança é, grosso modo, uma disciplina que se concentra na proteção de sistemas, redes, dados e informações de uma organização. Analogamente à proteção que as empresas proviam para sua documentação fiscal ou trabalhistas, tudo que está no mundo digital tem que ter uma proteção. Atualmente, a cibersegurança é uma área crítica em nossa sociedade digitalmente conectada. Desse modo, onde a quantidade de dados gerados e compartilhados está em rápido crescimento, a segurança deve acompanhar as ameaças.
A cibersegurança envolve, notadamente, a implementação de medidas para prevenir, detectar e responder a ataques cibernéticos e reais. Isso inclui a proteção de informações pessoais e corporativas, bem como a infraestrutura crítica de cada organização. É provável que as pessoas imaginem que esta cibersegurança seja somente para coisas nos computadores, mas vai muito além.
Ameaças Reais e Virtuais
Os ataques cibernéticos podem assumir muitas formas, incluindo nomes específicos e estranhos como malware, phishing, negação de serviço e ataques man-in-the-middle. Embora sejam termos técnicos e de fácil entendimento para profissionais de segurança da informação, nem sempre são compreendidos por usuários e até por alguns profissionais que atuam com informática.
Estes ataques podem ser virtuais ou reais e ser direcionados a indivíduos, empresas ou governos, com motivações variadas, desde o roubo de informações pessoais até a interrupção de serviços essenciais.
Sendo assim, a cibersegurança é uma área em constante evolução, pois os cibercriminosos continuam a desenvolver novas táticas e tecnologias para realizar seus ataques. Importante ressaltar que, anteriormente, cibercriminosos foram nominados pela mídia como hackers ou crackers e, atualmente, muita coisa tem significação e conceitos diferentes.
Portanto, desde que existem as ameaças, é essencial que as estratégias e ferramentas de cibersegurança também evoluam para se manterem à frente dessas ameaças.
Comportamento Seguro
Desse modo, as pessoas, os recursos materiais e digitais são o alvo para se projetar e implementar a cibersegurança ativa. Por isso, é necessária a compreensão de que a cibersegurança não é apenas uma questão técnica, mas também envolve aspectos humanos e sociais.
Isso inclui, inquestionavelmente a conscientização e a educação dos usuários sobre práticas seguras online, como a criação de senhas fortes e a verificação da autenticidade dos sites antes de fornecer informações pessoais.
Entretanto, na maioria das organizações, principalmente quando a administração superior não entende estes princípios, ocorrem os sinistros e eventos nocivos à saúde operacional destas empresas.
Conscientização
As empresas deveriam criar processos de segurança como fazem com os processos operacionais de cada negócio. A segurança da informação cresceu e as legislações não servem para prevenção. A criação, por exemplo, da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil traz para as empresas mais responsabilidades do que proteção. Qualquer negligencia ou disfunção no tratamento e informações de clientes, fornecedores, funcionários pode colocar uma empresa até sob risco operacional.
Como se não bastasse, outros regulamentos específicos são ameaças ao pleno controle das organizações no domínio de suas ferramentas de segurança. Surpreendentemente, grande parte das empresas negligenciam cláusulas contratuais de serviços de tecnologia da informação, inclusive de cibersegurança, em prol de uma pretensa economia financeira contratual.
Por isso, a contratação de especialistas autônomos e independentes, com especialização e qualificação em tecnologia e segurança da informação, é vital e um investimento necessário para a organização.
Em suma, a cibersegurança é uma parte essencial da vida moderna que protege os sistemas informáticos contra ameaças cibernéticas. Ela requer uma combinação de tecnologia avançada, estratégias eficazes e conscientização do usuário para ser eficaz e profissionais de auditoria e perícia com relatórios de compliance precisos.
A importância da cibersegurança continuará a crescer à medida que nos tornamos cada vez mais dependentes da tecnologia em nosso dia a dia.
Modernidades
A cibersegurança é um elemento para o sucesso e a sustentabilidade de qualquer tipo de empresa na era da inteligência artificial (IA) e dos procedimentos de ESG (Ambiental, Social e Governança). Em um cenário onde a tecnologia desempenha um papel vital nas operações diárias das organizações, a proteção eficaz dos dados torna-se, certamente, uma prioridade incontestável.
A confidencialidade dos dados é um dos alicerces da confiança entre uma empresa e seus stakeholders. A implementação de práticas robustas de cibersegurança é essencial para garantir que informações tenham proteção contra ameaças cibernéticas. Vazamentos de dados podem resultar em consequências graves, desde danos à reputação até perdas financeiras substanciais. Em um mundo onde a informação é um ativo valioso, a perda de confidencialidade pode minar a competitividade e a posição de mercado de uma empresa.
Com a ascensão da inteligência artificial, as organizações estão cada vez mais dependentes de algoritmos e análises de dados para impulsionar a inovação e otimizar processos. A proteção desses ativos digitais torna-se, portanto, imperativa. Reforça-se assim, a cibersegurança num papel vital na preservação da integridade dos algoritmos e na prevenção de ataques que visam manipular ou comprometer sistemas de IA.
A confiança nas tecnologias de IA não são somente para criar ou manipular informações para o bem das organizações.
Governança
No contexto dos procedimentos de ESG, a cibersegurança é uma componente essencial da governança corporativa responsável. As empresas comprometidas com práticas sustentáveis devem assegurar não apenas a integridade dos dados ambientais e sociais que reportam, mas também a segurança dessas informações. Violações de segurança destroem a credibilidade de relatórios ESG, prejudicando a reputação da empresa perante toda a sociedade.
Enfim, a cibersegurança é um pilar fundamental para qualquer empresa, independente do setor. Em um ambiente de negócios cada vez mais digital, a proteção contra ameaças cibernéticas não é apenas uma medida de precaução, mas uma necessidade estratégica.
Ao garantir a confidencialidade dos dados, preservar a integridade da inteligência artificial e aderir aos princípios de ESG, as empresas podem construir a confiança necessária para prosperar em um mundo orientado pela tecnologia. O que vale para os prestadores de serviço na cadeia produtiva e tratamento da informação de todas as organizações.
Autor
Evandro Oliveira
Consultor em TI
MSc Segurança da Informação e Administração Pública