Chegando como tendência no mercado imobiliário, os microapartamentos são alternativas atraentes para um novo perfil de consumidor que se consolida. Isso torna fundamental que corretores conheçam tais soluções e seus benefícios.
Esses empreendimentos variam de tamanho e podem ter entre 40 m² e 10 m² — ou até menos, sendo que essas metragens não são fixas, mas indicam que o imóvel tem uma extensão menor do que a de apartamentos tradicionais.
Entre 2010 e 2017, foram 26 mil lançamentos em São Paulo de apartamentos com menos de 40 m², o que indica que o setor está aquecido para esse tipo de imóvel. Apesar da área reduzida, os microapartamentos são considerados investimentos de luxo, pois possuem boas localizações (próximas ao metrô e regiões mais disputadas).
Os condomínios em que se localizam tal modalidade de empreendimento valorizam a experiência em áreas comuns, como piscina, academia, lounge para receber visitas e lavanderia.
Para especialistas, a grande inovação dos microapartamentos é proporcionar um estilo de vida que está se consolidando na nossa sociedade. Nele, cada vez mais pessoas estão morando sozinhas e em busca de independência, ao mesmo tempo que muitos casais não desejam ter filhos, por exemplo.
Para esse público, um imóvel bem localizado e que ofereça facilidades na área comum é mais interessante do que uma propriedade grande, de difícil acesso e que exija horas diárias no trânsito — ocorrência frequente nas grandes cidades do país.
Existem ainda mais alguns fatores que ajudam a explicar a motivação para a compra desses imóveis, como:
Acessibilidade
Um elemento central na escolha do imóvel é a acessibilidade do local. O acesso facilitado ao transporte público de mais qualidade, como o metrô, é um fator importante na decisão do comprador, sendo que quanto melhor localizado, melhor o custo/benefício de um microapartamento.
Qualidade de vida
Morar perto do trabalho, evitar horas no trânsito e ter locais próximos de casa para lazer, prática de esportes, compras e confraternização proporcionam mais qualidade de vida para quem quer um dia a dia menos estressante.
Praticidade
A praticidade relacionada à localização, aos espaços comuns e ao fato de o apartamento ser pequeno fazem que essa opção habitacional simples se torne bastante aconchegante e confortável para os moradores.
Otimização de espaços
Pessoas que moram sozinhas ou casais sem filhos não veem necessidade de imóveis grandes, caros, com localização ruim e serviços comuns escassos. Dessa forma, os apartamentos menores, mas que valorizam múltiplas funções em áreas comuns, permitem otimizar os espaços internos e externos.
Valor
Outro aspecto determinante na difusão desses imóveis é o valor e a redução da oferta de terrenos em capitais. Uma propriedade grande em uma localização valorizada teria um preço final muito elevado, inviabilizando as vendas. Já os microapartamentos tornam essas regiões mais acessíveis.
Atualmente, a concepção de luxo está mais atrelada a ter qualidade de vida e um cotidiano menos estressante do que a morar em imóveis grandes à custa de reduzir a satisfação pessoal no dia a dia. Isso faz com que esse tipo de empreendimento seja bastante associado à vida urbana, sendo mais comum em grandes cidades e regiões metropolitanas.
Portanto, diversos compradores optam por espaços internos reduzidos com o benefício de estarem em uma localização privilegiada, podendo desfrutar com comodidade dos recursos externos oferecidos tanto pelo próprio condomínio quanto pela região.
Assim, conhecer os perfis que podem ter interesse pelos microapartamentos é fundamental para explorar esse segmento e expandir o negócio. É preciso perceber se o comprador deseja diminuir o tempo gasto no trânsito, morar perto do trabalho, ter uma experiência social maior ou outros aspectos nesse sentido.
Alguns perfis de compradores que podem optar por um apartamento menor são:
- pessoas solteiras: no geral, esses apartamentos são indicados para pessoas solteiras e que desejam morar sozinhas, sem abrir mão do convívio social;
- executivos: profissionais que passam a semana na capital a trabalho também podem ter interesse em um local menor, com facilidades em áreas comuns e de localização;
- idosos: idosos que moram sozinhos, por exemplo, formam um público em potencial deste tipo de empreendimento, pois terão facilidade de acesso, praticidade de organização e poucos móveis;
- casais sem filhos: outro segmento da população que costuma desejar morar em microapartamentos são casais sem filhos e que preferem uma boa localização à vida corrida de quem mora longe do trabalho.
Pessoas com esses perfis podem preferir um imóvel pequeno e com facilidades. Nesse caso, é essencial que o corretor conheça muito bem as características do apartamento, do condomínio e da região, para apresentá-las aos clientes.
É fundamental ressaltar os benefícios das áreas sociais do prédio, como lavanderia, lounge, piscina e academia, por exemplo. Também é necessário conhecer a região e as vantagens relacionadas a ela, como acessibilidade ou proximidade a parques, restaurantes, cinemas e outros.
Um aspecto importante quando se trata da venda de microapartamentos é não subestimar o potencial do empreendimento e nem do comprador. Os imóveis de 10 m² vão ficar mais frequentes, sendo que algumas propriedades do Japão, por exemplo, têm 6 m² — e é possível que projetos similares cheguem ao Brasil nos próximos anos.