Pode parecer completamente contraditório, mas o Brasil é um dos países que mais investe em educação em todo mundo e, paralelamente, também é o que pior colhe os frutos desse investimento, com resultados ruins em diversos exames internacionais.
No entanto, os alunos brasileiros vem colecionando resultados ruins em exames internacionais, o que, de certa forma, atesta que o alto volume de investimentos não tem surtido os efeitos esperados.
Investimento errado para a educação no Brasil
Embora tenha uma taxa altíssima de investimento, esse dinheiro não é empregado da melhor forma. Um dado que mede a qualidade dos recursos gastos com educação básica no país é o investimento por aluno. Segundo a OCDE, no Brasil, o poder público investe cerca de US$ 3 mil por ano em cada estudante – o que dá, com o câmbio de hoje, um valor próximo a R$ 790 mensais.
Desvalorização do professor
Outra pesquisa da OCDE aponta para um cenário que o docente brasileiro já conhece muito bem: ele é o profissional que mais trabalha e menos recebe entre os países que fazem parte da organização internacional. Apesar de ter um piso salarial estabelecido por lei (e que hoje está em R$ 2,1 mil, boa parte dos governos estaduais ainda não respeitam a legislação).
Alto abandono
Esse é outro fator que contribui para o insucesso do investimento público em educação no Brasil. Dentre os países analisados pelo levantamento da OCDE, o Brasil é o que tem o maior percentual de jovens entre 20 e 24 anos que não estuda e nem trabalha. Nessa faixa etária, são 76% dos que não frequentam uma faculdade, por exemplo, e mais da metade não estão empregados. Uma das justificativas para esse dado alarmante, conforme o Ministério da Educação é que o ensino médio é considerado inútil por grande parte dos estudantes, que não encontram estímulo para seguir com os estudos.
Gilberto Britto
CEO do Grupo Britto